Seriam as praias paradisíacas, o clima ameno e a malemolência do samba os responsáveis por fazer do Rio de Janeiro um destino tão interessante? Para os estudantes de ensino superior, o “algo mais” do Estado não está só nisso, mas, principalmente, nas universidades. De acordo com levantamento do Ministério da Educação (MEC), o Rio de Janeiro foi o principal destino de estudantes oriundos de outros Estados no primeiro semestre de 2011.
A contagem foi feita tendo como base o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ao todo, foram para o Rio de Janeiro 1.714 estudantes, o que representa 15% do total de alunos que se deslocaram com o intuito de estudar, tendo o Sisu como processo seletivo.
A mineira Júlia Costa, 19 anos, por exemplo, optou pela faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “A UFRJ é uma universidade internacionalmente reconhecida e tem tradição na área de Jornalismo. Além disso, eu sou apaixonada pelo Rio de Janeiro e suas paisagens”, comenta.
As belezas naturais e a agitada vida noturna explicam em parte esta alta mobilidade acadêmica. O que contribuiu fortemente para a construção desse cenário foi a adesão ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como única via de ingresso por grande parte das universidades públicas fluminenses, como a UFRJ e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Há ainda instituições que adotaram parcialmente o exame, como a Universidade Federal Fluminense (UFF), na qual 20% das vagas têm entrada via Enem.
Mesmo com todos os atrativos, como conhecer um lugar novo e estudar em uma universidade conceituada, deixar a cidade natal para estudar pode ser um pouco frustrante no início. “A minha adaptação foi um pouco complicada. Eu ficava perdida com frequência e me sentia muito solitária por conhecer poucas pessoas. Além disso, sentia bastante a falta dos meus pais. Mas com o tempo, tudo foi se ajeitando. Fiz muitos amigos e já estou completamente habituada com a rotina da cidade”, completa Júlia.
Entenda como funciona o Sisu
O Sisu é o sistema informatizado, gerenciado pelo MEC, por meio do qual instituições públicas de educação superior selecionam candidatos segundo a nota obtida no Enem. Quando o estudante se inscreve no exame, escolhe duas opções de cursos e, após a divulgação das notas, pode tentar o ingresso em qualquer universidade que ofereça os cursos por ele indicados. É necessário atingir a nota de corte (menor nota para ficar entre os potencialmente selecionados). Essa nota é calculada para cada curso com base no número de vagas disponíveis e no total dos candidatos inscritos naquele curso, por modalidade de concorrência.
Na edição de 2011, foram oferecidas 83.125 vagas em 83 instituições públicas de ensino superior. A oferta representou um aumento de 77% em relação à edição de 2010, quando 47 mil vagas foram disponibilizadas pelo sistema.
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