Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu em Mimoso (MT), às margens da lagoa Chacororé em 5 de maio de 1865. Perdeu o pai pouco antes do nascimento e a mãe aos dois anos, ficando sob a guarda do avô materno até os sete anos, quando se mudou para Cuiabá onde passou a viver com um dos tios. Aos 16 anos, primeiro aluno da classe, foi diplomado professor primário pelo Liceu Cuiabano, mas não foi nomeado em função da pouca idade. Em seguida ingressou na carreira militar como soldado no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo. Pouco depois se mudou para o Rio de Janeiro onde, em 1883, matriculou-se na Escola Militar. Em 1890, recebeu o diploma de bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais da Escola Superior de Guerra do Brasil. Foi nomeado professor de Astronomia e Mecânica da Escola Militar. Em 1º de fevereiro de 1892, casou-se com Francisca Xavier, com quem teve sete filhos. No mesmo ano Rondon foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso e designado para a Comissão de Construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás. Esta primeira missão marcaria para sempre a vida do jovem oficial do Exército, com relevantes serviços prestados ao nosso país, atuando muitas décadas com amor, serenidade e senso de justiça. Rondon foi o mais importante dos sertanistas, abrindo caminhos, lançando linhas telegráficas, registrando sua topografia, descobrindo rios, estudando a flora e a fauna, mas, principalmente, estabelecendo relações respeitosas e desmistificando a imagem de violentos, assassinos e até antropófagos, que se construíra em torno dos indígenas, primitivos habitantes destas terras: Foi sua visão humanista que permitiu que as missões de desbravamentos e construções fossem realizadas em paz, sem combates fratricidas.
Entre outras nações indígenas, Rondon manteve contato pacífico com o povo Bororo, Nhambiquara, Urupá, Jaru, Karipuna, Ariqueme, Boca Negra, Pacaás Novo, Macuporé, Guaraya, Macurape, entre outras. De 1892 e 1898 ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, entre Cuiabá e o Araguaia, e uma estrada de Cuiabá a Goiás. Entre 1900 e 1906 dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras de Paraguai e Bolívia. Em 1906 encontrou as ruínas do Real Forte do Príncipe da Beira, a maior relíquia histórica de Rondônia. Em 1907, no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antônio do Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica, e que foi denominada “Comissão Rondon”. Seus trabalhos desenvolveram-se de 1907 a 1915. Em 1910 organizou e passou a dirigir o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), criado em 7 de setembro de 1910. Em 12 de outubro de 1911 inaugurou a estação telegráfica de Vilhena, na fronteira dos atuais estados de Mato Grosso e Rondônia. Em 13 de junho de 1912 inaugurou nova estação telegráfica, a 80 km de Vilhena, que recebeu seu nome. De maio de 1913 a maio de 1914 participou da denominada expedição Roosevelt-Rondon, junto com o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Theodore Roosevelt. Realizando novos estudos e descobertas na região. Durante o ano de 1914 a Comissão Rondon construiu em oito meses, no espaço físico de Rondônia, 372 km de linhas e cinco estações telegráficas: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (mais tarde Vila de Rondônia, atualmente Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes (a 200km de Porto Velho). Em 1º de janeiro de 1915 inaugurou a estação telegráfica de Santo Antonio do Madeira, concluindo a gigantesca missão que lhe fora conferida. Em 5 de maio de 1955, data de seu aniversário de 90 anos, recebeu o titulo de Marechal do Exército, concedido pelo Congresso Nacional. Homenageando o velho Marechal, em 17 de fevereiro de 1956, o Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia. Em 1957 foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, pelo Explorer’s Club, de New York. Morreu no Rio de Janeiro, aos 92 anos, em 19 de janeiro de 1958. No Exército Brasileiro, é o Patrono da Arma de Comunicações. Sua frase famosa sobre a proteção ao indígena é de uma beleza impar: “MORRER SE PRECISO FOR, MATAR NUNCA !”
(Marechal Rondon)
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