PARABÉNS, SOLDADOS DE CAXIAS!

Sérgio Pinto MONTEIRO*, 25 de agosto de 2024.

Hoje, 25 de agosto, é o Dia do Soldado. A data marca o nascimento de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nosso ícone, inspirador, patrono e guia. Sua vida e carreira foram sempre pautadas, entre outros atributos, por dignidade, coragem, patriotismo, religiosidade, exação no cumprimento do dever e forte humanismo. No Brasil de hoje, as comemorações, outrora com ampla divulgação midiática e grande participação do meio civil, limitam-se, praticamente, ao Exército Brasileiro. Festejar Caxias, mais que um dever castrense, deveria ser, essencialmente, uma atividade de perfil cívico-cultural. Entretanto, nossos heróis autênticos jazem praticamente esquecidos, neste país onde a negação ao culto dos princípios, valores e tradições que forjaram a nacionalidade é o “politicamente correto”.

Dia do Soldado, na verdade, são todos os dias. Sem limites de espaço, tempo e local, ultrapassadas, muitas vezes, as capacidades individuais, superadas pelo brio do combatente, pelo orgulho em cumprir a missão e a exata noção de cumprimento do dever. Um verdadeiro soldado, digno herdeiro de Caxias, é sempre um patriota. Seu compromisso de defender a Pátria, mesmo com o sacrifício da própria vida, jamais deve ser violado ou relativizado. Sua origem, desde a expulsão do invasor holandês, esteve sempre presente em todos os fatos históricos relevantes de nosso país. O Soldado de Caxias derramou o seu sangue e, inúmeras vezes, deu à nação o seu bem mais precioso, a vida. A vitória é a sua marca gloriosa. Por isso, o enorme esforço desenvolvido pela Força para manter a tropa pronta, eficazmente adestrada, bem armada, adequadamente equipada, capaz de se fazer presente, a qualquer momento, em todos os rincões da Pátria, no cumprimento de suas missões. “Prontidão é a palavra-chave. Sabemos que, sempre que houver perigo e a situação o exigir, seremos chamados”, assinalava, em sua Ordem do Dia, antigo Comandante do Exército.

Caxias, brilhante chefe militar, era, sobretudo, um humanista. Vencedor, jamais humilhou os vencidos: “Não considero as desgraças de meus concidadãos como troféus de vitória. Combato rebeldes, mas sinto seus dramas. Ao invés de um ato volitivo, será preferível uma missa fúnebre pelas almas dos que ficaram nos campos para sempre. Irei á missa e levarei meu estado-maior e todos os oficiais e soldados que a igreja comportar”.

O legado conciliador de Caxias permanece vivo na Força Terrestre. O espírito do Pacificador deve gerar tolerância, paciência, grandeza, compreensão e capacidade de perdoar. Mas, também, exige firmeza, decisão, energia, coragem, retidão de propósitos, nobreza de ideais, culto à verdade e um inquebrantável amor ao Brasil e ao nosso povo.

O Exército atual é a mesma nação em armas do passado. O soldado de hoje em nada difere dos que nos antecederam. Seus princípios, valores e atributos são imutáveis. No passado, nós, da Reserva, contribuímos – muitas vezes com sangue e até com as próprias vidas – para a formação do Exército de hoje, numa cadeia de ações e procedimentos que precisa ter a sua continuidade assegurada pelas novas gerações.

A nação confia nos herdeiros de Caxias, Tamandaré e Eduardo Gomes, garantidores da soberania da Pátria, da Liberdade e da Democracia. No atual cenário, as forças vivas da nação precisam atuar fortemente em todos os setores da sociedade. Soldados de sempre, hoje na Reserva, estamos nos engajando em novas e relevantes missões, numa grande, sadia e voluntária mobilização, visando à formação de novas e qualificadas lideranças, nacionais e regionais. Com o mesmo entusiasmo e vibração adquiridos na caserna, irmanados aos companheiros da Ativa e regidos pelos mesmos princípios e ideais, somos brasileiros e jamais recuaremos na defesa de uma nação livre, desenvolvida, democrática e soberana.

Não se pode ser súdito de uma nação fraca. Tenho vontade de quebrar a minha espada quando não me pode servir para desafrontar o meu país, de um insulto tão atroz.” (Caxias, carta sobre a Questão Christie).

Salve Duque glorioso e sagrado, ó Caxias invicto e gentil! Salve flor de estadista e soldado! Salve herói militar do Brasil.” (Trecho do Hino à Caxias)

*o autor, 84 anos, é professor, historiador e oficial da reserva do Exército. É fundador e Patrono do Conselho Nacional de Oficiais da Reserva. Presidente da Liga da Defesa Nacional/RJ e do Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Veteranos da FEB. É membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, da Academia Brasileira de Defesa e do Instituto Histórico de Petrópolis.